O leitor vai encontrar, nesse precioso estudo, um resgate do pensamento sobre a representação política elaborado durante a Primeira República. Criativa na classificação e na análise de suas vertentes, rigorosa na seleção e escrutínio das fontes, Cristina Buarque de Hollanda traz à tona a ideia de um pensamento dinâmico, em permanente tensão com as práticas políticas, e amadurecendo com elas, exatamente porque produzido por autores que eram também protagonistas da vida civil. Ao final, o exame de um dos resultados dessa longa maturação, o Código Eleitoral de 1932, mostra que essa reforma tão esperada de nossa história política no primeiro terço do século XX, ainda que trazida pela Revolução de 1930, foi na verdade devidamente antecipada pelo embate intelectual do período anterior.