Neste livro, o autor discute as tendências da novíssima cinematografia que nasce da carência e das cinzas de um momento negro de nossa história recente, e se afirma com teimosia. Constata que, dentro da diversidade apontada como marca da produção contemporânea, algumas linhas de força comuns se esboçam. Tão diferentes entre si, esses filmes discutem a relação do país com a sua história e com a recorrente questão da identidade nacional. Como muito bem diz Ismail Xavier em seu prefácio, 'a tônica do livro é articular o que de heterogêneo se intercepta na prática do cinema, e o autor assume de forma sistemática uma premissa dialógica, de comparação, definição recíproca dos termos, na condução da crítica'. Impossível não pôr em cena as dificuldades do presente, como o abismo entre as classes sociais e os crescentes desafios colocados pela violência urbana. Os cineastas da Retomada revisitam cenários preferenciais como o sertão e a favela, dialogam forçosamente com o Cinema Novo, debruçam-se sobre as difíceis relações amorosas num país de rápidas mutações urbanas.