Bambus cantam ao vento. Um peteleco e a formiga voa como um astronauta. A taturana que adora maracujá. Paixões adolescentes. Comadres maledicentes. Beligerância, estupidez humana. Destruição. Se para Goethe a realidade é uma fonte de inspiração para o fazer poético, Eduardo Alves da Costa o comprova em Poemas de Circunstância, novo livro do autor, que retrata a singeleza de detalhes, de fragmentos de vida, e a brutalidade dos dias atuais, marcados pela desconexão entre homem e natureza. Os versos de Abelha, Uma abelha voa e não me vê; eu aqui e ela na tevê, sintetizam a desavença. Humanos, à mercê da sobrevivência, transfiguram-se em alienígenas a concretar a terra. Caberá ao poeta observar do micro ao macrocosmo, a extrair o belo das circunstâncias.