No inicio da década de 1960, duas iniciativas inaugurais na área de educação popular tiveram como cenário o estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. São elas: As 40 horas de angicos e a Campanha de pé no chão também se aprende a ler. Angicos foi a cidade-palco onde, pela primeira vez, Paulo Freire colocou em prática seu método de alfabetização de adultos. Após mais de meio século dessas duas iniciativas bem-sucedidas na educação brasileira, o conjunto de autores deste livro empreenderam uma arqueologia memorialista e histórica em documentos, livros e fotografias para contar fragmentos significativos do movimento que impulsionou essa história e seus desdobramentos por meio das práticas pedagógicas e dos materiais utilizados nos cursos naquele momento. Repleto de narrativas afetivas, que contornam com vivacidade os eventos vividos por alguns dos seus protagonistas, os ensaios apostam na presentificação de um passado ressignificado para que possamos refletir e debater na contemporaneidade alguns dos problemas da educação de jovens e adultos no Brasil.