Hoje, o exercício da medicina difere muito das práticas passadas. Os enormes avanços tecnológicos melhoraram drasticamente os meios diagnósticos e os tratamentos. Conceitos fundamentais foram revistos; alguns inteiramente eliminados, substituídos. No entanto, o tema central da medicina permanece inalterado: a pessoa humana. Pode-se dizer que novas técnicas têm a capacidade de mudar os meios com que trabalhamos, mas não mudam a alma humana. Alguns problemas persistem, outros novos aparecem. É preciso novos posicionamentos. Tendo exercido medicina acadêmica e prática por muitos anos, gostaria de dividir com os estudantes e colegas minha visão dessa ciência/arte da qual tenho me ocupado há tantos anos. Meu propósito não é discutir aspectos técnicos da medicina, mas, sim, analisar problemas da relação médico-paciente que influenciam o resultado final do tratamento, bem como falar sobre a carreira médica.