O livro Antropologia, interculturalidade e educação escolar indígena em Roraima toma como ponto de partida as reivindicações dos movimentos indígenas e indigenistas dos anos 1970, período em que começaram a questionar os modelos educativos homogeneizantes que lhes eram impostos e que passaram a pleitear uma educação pautada no respeito e na valorização de sua diversidade étnica e cultural. A Constituição Federal de 1988, que reconhece o Brasil como Estado pluricultural, garantiu aos povos indígenas a manutenção de sua cultura e assegurou uma educação específica e diferenciada, pautada nos seus valores, e que, acima de tudo, respeitasse sua diversidade, assim como seus modos próprios de ser e fazer educação. Com esse reconhecimento, a educação escolar destinada a esses povos no País passou a ser normativamente reconhecida como educação escolar indígena, específica, diferenciada, intercultural e bilíngue. É, portanto, sobre esse modelo educativo que se reflete neste livro, que toma como base os debates gestados acerca desse modelo de educação, para em seguida analisar como ele vem sendo implantado nas escolas indígenas. Por seu conteúdo informativo e abrangente sobre a temática, esta obra torna-se leitura essencial para todos os estudiosos da questão indígena, mas principalmente para os professores que desejam compreender os debates sobre interculturalidade e educação escolar indígena, bem como aqueles que almejam compreender como esse modelo educativo foi gestado e como ele vem sendo implementado nas escolas indígenas.