Ao analisar a experiência da sociedade civil organizada na República Dominicana, Thaís Moraes percebe como a mobilização do direito à nacionalidade permite articular o direito ao pertencimento para além da legislação específica de cidadania de um país. O conteúdo do texto revela o percurso intelectual da jurista que se depara com as possibilidades abertas pelo reconhecimento do direito humano à nacionalidade e também com os limites impostos pelo princípio da soberania estatal a qual, por sua vez, pode ser informada por critérios discriminatórios, resultante de uma dinâmica histórica colonial e/ou racista. O pensamento da autora é o resultado de uma crítica ao Direito e de sua grande perplexidade em relação às medidas tomadas pelo governo da República Dominicana que acarretam ainda hoje a desnacionalização de milhares de pessoas que lá nasceram e que, ao não adquirirem cidadania, tornam-se apátridas.Gabriel Godoy Doutor em Teoria e Filosofia do Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Oficial de Proteção do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) no Brasil.