Em 2016, a democracia brasileira foi atingida por um cataclisma e, nos anos seguintes, as coisas se tornaram ainda piores. Ao impeachment de Dilma Rousse feito às pressas e ao arrepio das normas constitucionais seguiram-se a condenação, em 2017 e prisão, em 2018, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como resultado de um processo judicial viciado e politicamente motivado e a eleição de Jair Bolsonaro para presidente do país. Longe de prezar pela saúde das instituições políticas, a grande imprensa ajudou a fomentar a desconfiança em relação a elas, com o objetivo de desestabilizar os governos do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 2018, Bolsonaro soube tirar vantagem de um cenário de crise de legitimidade das instituições e se elegeu como salvador da pátria. Por que isso aconteceu? A literatura acadêmica oferece poucas pistas para lidar com esse problema. Em sua maior parte, o debate internacional sobre o tema toma como dado o compromisso da imprensa com a democracia. [...]