Por muitos séculos voltadas ao silêncio da reprodução e à invisibilidade doméstica, as mulheres não foram senhoras de seus destinos, e até o século XIX a história foi primordialmente contada pelos homens. Confinadas no espaço privado, elas foram narradas segundo o olhar masculino, até conquistarem com sangue, suor e lágrimas o direito de divulgarem suas próprias palavras, garantindo seus espaços de fala. De forma contundente e ousada a autora constrói uma narrativa atraente e instigante, cativando o leitor em uma obra destinada a diversos públicos, fazendo uma incursão crítica e reveladora do papel da mulher em todos os períodos, da Pré-História à Idade Contemporânea, elencando as crenças, mitos, costumes, personagens, estereótipos e culturas que consagraram ao feminino um lugar menos importante, violento e desigual. O livro ressalta a misoginia presente em todos os tempos, nos três principais monoteísmos: judaísmo, cristianismo e islamismo, marcados pelo protagonismo masculino.