O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fez seu primeiro congresso em 1985. Entretanto, foram necessários onze anos e uma tragédia - o Massacre de Eldorado do Carajás, matança levada a cabo pela Polícia Militar do estado do Pará - para que o movimento recebesse o reconhecimento da opinião pública do Brasil e de vários países. Amarga ironia: o trabalho e a caminhada iniciados em meados da década de 1980 só passaram a chamar a atenção depois do horror. Os grandes conglomerados de meios de comunicação continuam, cada um à sua maneira, a ignorar os avanços e as conquistas - muitas delas formidáveis - do MST. Mas seus integrantes e aqueles que usufruem da produção do MST sabem reconhecer e respeitar a história e a jornada do movimento. Os avanços, aliás, vão muito além do trabalho agrícola; eles se estendem também para o mundo do conhecimento, para descobrir e espalhar novos saberes. E é disso que os três volumes deste Tecnologia social e reforma agrária popular tratam.