Junto com Kraus, o com o artista por ele definido, o que Chutorianscy nos oferece neste livro é um conjunto de textos breves, e não menos brilhantes, em que as respostas não esmagam as perguntas, as conclusões não sufocam a capacidade de indagar e as soluções nada mais são que renovadas e claríssimos enigmas, como queria o poeta. Nestes o autor confirma sua condição de narrador sensível e exigente, como já havia demonstrado anteriormente em sua obra. Como médico e psicoterapeuta, Chutorianscy convive com as questões axiais da existência: a vida, a reprodução (leia-se amor e sexualidade), a morte. Atravessando com rigor e poesia essas questões, e por elas sendo atravessado ao implicar-se existencialmente no que enuncia, vai o autor construindo um universo profundamente humano, argutamente questionador e, sobretudo, belo como deve ser a boa literatura.