A escrita foi, desde o seu aparecimento, concebida e utilizada sob a forma de signos estáticos, sobre um suporte fixo. Contudo, graças aos ecrãs interactivos, a informática abre, actualmente, possibilidades relativamente novas à expressão visual do pensamento. A partir desta constatação e graças a uma abordagem teórica original da linguagem e do pensamento, Pierre Lévy propõe, nesta obra, para a informática do futuro um programa de investigação complementar do programa de pesquisa sobre a inteligência artificial. Apresentada pela primeira vez neste livro, a ideografia dinâmica não é uma linguagem de programação mas sim um novo tipo de interface, uma linguagem de imagens animadas para a comunicação entre os homens. A ideografia dinâmica é a forma de escrita reclamada pelos suportes técnicos contemporâneos. Funciona segundo o princípio de uma representação figurativa e animada por modelos mentais, em vez de repetir a linguagem fonética sobre um plano visual, como acontece com o alfabeto. E fazer da imagem animada uma tecnologia intelectual autónoma, é contribuir para a invenção de uma cultura informático-mediática crítica e imaginativa. É propor uma outra via que não a da sociedade do espectáculo, votada à cintilação sem memória da televisão e à gestão "racional" pelos sistemas de informação. Por tudo isto, este é um livro fascinante que se dirige ao público curioso sobre as novas abordagens do conhecimento propostas pela filosofia e as ciências cognitivas. Apaixonará, também, os especialistas de informática apostados no futuro da sua disciplina. PIERRE LÉVY é filósofo e especialista nas novas técnicas de comunicação. Lecciona na Universidade de Paris-X Nanterre e dirige o programa de investigação no Neurope Lab de Archamps. As Tecnologias da Inteligência, A Máquina Universo e A Inteligência Colectiva, Para uma Antropologia do Ciberespaço são obras suas já publicadas pelo Instituto Piaget.