Com O Super-Homem de Massa, que a editora Perspectiva publica agora em sua Coleção Debates, Umberto Eco resgata essa literatura de prazer que a partir de meados do século XIX empolgou o público europeu, e também o brasileiro, e com ela chega até um tempo mais recente, quase contemporâneo, quando se lia com delícia, e viviam-se, na fantasia, todas as aventuras, cruentas e incruentas, castas, escabrosas e libertinas de Monte Cristos, Lupins e Rocamboles, de corsários e mosqueteiros, de Bonds e Tarzans. Ainda existem, entre nós, editoras que fizeram furor com a tradução dessas façanhas, e ainda existem leitores que com elas se encantaram, e os que ainda se encantam. Por isso também, independentemente do extraordinário valor crítico de suas análises para os estudos da literatura de nosso tempo, por falar tão de perto e tão bem-humoradamente ao nosso saudosismo super-homístico de leitores brasileiros, O Super-Homem de Massa é particularmente bem-vindo.