Fernanda Bastos apresenta neste livro um conjunto de poemas curtos alinhavados por uma gramática de quem vive a festa, não na composição do samba-enredo ou no desenho dos figurinos, mas na imensidão dos dias de espera e preparação do exército de corpos que sonham a folia. Ela alinhava fragmentos de vivências e memórias, passa ao largo da convencional exuberância da escola de samba, para iluminar, em meio ao transe do exército de passistas, a voz sábia do avô, a ancestralidade e a presença negra na maior festa popular do planeta. Para a prefaciadora Cidinha da Silva, “neste conjunto, a quadra (da escola de samba) é um lugar de ensinar sobre Áfricas e de reinventá-las, de constituir diásporas e espraiá-las”. A Biblioteca Madrinha Lua pretende reunir poetas que nos aparecem pelas frestas do mercado editorial, pelas fendas do debate literário amplo.