O presente livro descreve o itinerário de Alexandra David-Néel, francesa de alma inquieta que torna-se budista, domina a compreensão de línguas orientais, caminha por cerca de catorze anos por locais de difícil acesso, lê as obras familiares apenas aos monges budistas e, mesmo assim, ao longo da caminhada sentia a necessidade de discutir seus pensamentos com os líderes dos diferentes templos, fossem eles da Índia, da China ou do Tibete. Buscou avidamente o Oriente e abraçou sua religião, mas jamais deixou de ser uma alma profundamente ocidental, sempre preocupada em organizar e interpretar o que via e tendo sempre presente o sentido histórico dos fatos. Carmen Lícia Palazzo apresenta ao leitor um retrato biográfico de Alexandra David-Néel, que apesar de não manifestar qualquer preocupação com a emancipação feminina e não se engajar em nenhum movimento social organizado, poderia aparecer entre as mais destacadas pioneiras da igualdade de direitos civis para a mulher.