Este segundo título da Coleção Sete Pecados Capitais, assim como os demais, surgiu de uma palestra patrocinada pela Biblioteca Pública de Nova York e pela editora da Universidade de Oxford. Acadêmicos e escritores foram convidados por essas instituições para abordar um pecado capital e encontrar os desafios conceituais e práticos que tal pecado apresenta para a espiritualidade, a ética e o nosso dia-a-dia. Francine Prose serve um maravilhoso banquete de espirituosas e cativantes observações sobre o mais delicioso dos sete pecados capitais: a gula. Ela descreve como nossas noções sobre esse pecado evoluíram aliadas às nossas idéias sobre salvação e maldição, saúde e doença, vida e morte. Oferecendo um verdadeiro smorgasbord, que vai das Confissões de Agostinho e dos Perdoadores de Chaucer ao Satyricon de Petrônio e Inferno de Dante, ela mostra que a gula foi uma questão profundamente espiritual nos tempos medievais, mas atualmente a transformamos de pecado em doença - são os horrores do colesterol e os perigos da carne vermelha que endemoninhamos. De fato, a visão moderna da gula é a de que comemos demais em função da compulsão, da autodestruição ou para evitar a intimidade e o contato social. Mas a gula, relembra Prose, é também uma afirmação do prazer e da paixão.