O Direito aprisiona, segundo o maior filósofo do direito (e em geral) baiano-argentino (autoproclamado) de todos os tempos, o saudoso e inesquecível Luis Alberto Warat. Mas o que lhe liberta, libertando-nos, não se encontra, por evidência, no Direito. Contudo, a ele resta conectado. O rock se apresenta como um fenômeno social que possui alta conexão com o Direito, seja como instrumento de contestação do status quo (normas jurídicas), seja como catalisador das ambiências sociais. A arte antecipa (Warat) e o rock é arte. Dessa forma, o rock, assim como qualquer outra forma artística (Literatura, Pintura, Escultura) pode auxiliar a que se chegue ao outro lado da Lua. Das relações recíprocas entre arte e Direito exsurgem vários cenários. Um deles, a partir do rock, é típico de uma sociedade que se torna cada vez mais complexa. Dita complexidade ocorre a cada momento e é incessante. Essa característica, a complexidade, é evidenciada com maior ênfase em um sistema social global que se torna potencializado no segundo pós-guerra e cuja maior característica é a comunicação. Assim, desde os anos ‘50 do século passado, com Elvis, Little Richard ou Jerry Lee Lewis, apenas para exemplificar alguns, passando por figuras tais como John Lennon, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Robert Plant, Bono Vox, Curt Cobain, ou nosso Raul Seixas, entre muitas outras, até chegar a figuras atuais como um Marilyn Manson, o fato é que o rock se tornou um fenômeno de massa tipicamente global. Se o Diabo é o pai do rock, segundo nosso Raulzito, seus irmãos são direitos como o da igualdade racial e de gênero. O rock se origina do trabalho duríssimo nas plantações de algodão do sul dos Estados Unidos, como um desabafo e um alento de que a vida não se resume ao sofrimento, havendo sempre o prazer à espera quando do final da jornada. No rock não há distinção de raça e de gênero para roll, requebrar, exercitar todo músculo que sente (Cazuza) e goza.