"Num país com tão poucos livros sobre música, é importante para todos nós a publicação deste 'Beethoven e o Sentido da Transformação', de José Viegas Muniz Neto, centrado nos últimos quartetos do mestre de Bonn, especialmente a Grande Fuga Op. 133. Essa Grande Fuga sempre chamou a atenção dos musicistas ligados à estética da "Neue Musik" alemã, da chamada Escola de Darmstadt, liderada por Boulez e Stockhausen, devido a seus problemas de forma, de organização estrutural, que já apontavam, em seu tempo, para os nossos dias. Beethoven é o começo de uma linha evolutiva da música germânica que continuou em Brahns e chegou até Schoenberg e Webern. Sua Grande Fuga é, sem dúvida, o melhor exemplo desse pensamento musical em definição a partir do Romantismo. O autor captou e soube explicar com acuidade como foi esse lance de vanguarda beethoveniano, cuja percepção é importante para a melhor compreensão da música de nosso tempo." (Gilberto Mendes).