O estudo do pensamento e da ação da intelectualidade econômica não deve se esgotar na mera categorização em tendências teóricas ou escolas, inferidas a partir do conteúdo explícito da produção intelectual dos homens nelas enquadrados. Deve-se buscar compreender o exercício do intelectual a partir do uso que faz de diferentes modelos teóricos como instrumento para difundir determinado conjunto de valores éticos. Orientado por essa premissa, este livro examina os fundamentos éticos do pensamento de um grupo de economistas composto por Eugênio Gudin, Otávio Gouvêa de Bulhões, Roberto Campos, Delfim Netto e Mario Henrique Simonsen, identificados como elite intelectual moderno-burguesa. Eles tiveram presença no debate econômico brasileiro durante a década de 1960 e seguintes, além de terem participado diretamente do esforço de reformas engendrado após o golpe militar de 1964.