Em 1972 Jean-Pierre Vernant e Pierre Vidal-Naquet publicaram, na França, o primeiro volume de Mito e Tragédias na Grécia Antiga, (lançado pela Brasiliense em 1988), uma coletânea de sete estudos sobre a tragédia no século V a.C. Sucesso internacional, este primeiro volume acabou gerando uma promessa de continuidade. Quatorze anos depois Mito e Tragédia II é lançado com o mesmo rigor e precisão. Com metodologia semelhante ao primeiro volume, os autores estudam as obras, de Sete contra Tebas de Esquilo, às Bacantes de Eurípedes, no seu conjunto e na intimidade do texto: desenvolvem ao mesmo tempo uma análise estrutural, a pesquisa da intenção literária e a análise sociológica. Mas o presente volume se expande ainda em duas direções: para além da tragédia do século V ele reflete sobre os deuses que a dominaram e que dela participaram, sobretudo aquele que é, por excelência, o deus do teatro: Dioniso. E para além do teatro clássico, os autores se perguntam porquê este classicismo se tornou classicismo por excelência no mundo ocidental, a partir do Renascimento. Mas, quer se trata do antes ou do depois, ou do mundo trágico propriamente dito, o que está sempre presente é a busca do sentido que anima os dez ensaios contidos neste volume.