Autoestrada carros e caminhões. entre as pequenas tempestades de areia de um inferno quente e seboso na costa brasileira e os distanciamentos da cidade grande; entre afiamentos de faca, corte de legumes, mãos feridas pelo trabalho e cagadas prontas. A cada poema penso sobre a crueza literária impregnada em seus versos, que chegam a exalar um cheiro fétido e pútrido, que pesa o ar à volta do leitor, apesar da calmaria que s’expande desde o título do livro. é uma crueza viva e intensa, ao mesmo tempo, mórbida e fecal. o contínuo da matéria, a composição e a decomposição das coisas, da vida, do mundo. Meu coração é silencioso como uma floresta de eucaliptos se manifesta como um passeio no aparelho digestivo, se fundamenta num processo de enunciação tempestuoso e deslumbrante, que se inicia sedutor como o cheiro de cebola e alho no óleo quente, sincero como temperos jogados com precisão de tempo e ritmo. [...]