Primeiro livro do autor e nas palavras de Wilson Bueno: o livro parece aspirar fundamentalmente a um conceito que decifra, e devora, o para além da primeira visada sobre as coisas que será sempre, e apenas, exercício limitante, a do desvelamento da máscara, e não do que, genuína armadilha, ainda é a máscara da face se bem mais não seja a máscara primeira. Cai o pano. Sabedor do cinemovimento da dízima periódica, mesmo assim, ou por isto mesmo, o poema insiste. Aliás, Cinemaginário é um livro para além do ver, posto que perscruta e tateia, e pela teia da palavra, aranha ávida, já envolve o objeto que des-creve, querendo-o inteiro, pura teima, o gosto insistente de buscar o que é que há atrás da imagem. Assim, podemos dizer que mesmo frente à intenção do grito, as palavras tratam as palavras com delicadeza ainda que para informar, muitas vezes, o mais rude ou o menos afetuoso. É que as palavras não nascem do chão. (Prefácio)