Barata, Confissões é um pequeno romance histórico, onde a ficção tenta não brigar com os fatos havidos e até aproveitá-los. Estamos em 1838. O baiano Cipriano Barata, incendiário jornalista do Sentinela da Liberdade, fervoroso revolucionário, 75 anos, doze deles nos cárceres da colônia, império e regência, finda seus dias desterrado em Natal, na época pouco mais que uma aldeia. Perdeu os óculos, espatifados por um malvado. Dita suas Confissões, título pirateado de Jean-Jacques Rousseau, a um menino cativo, Moisés, a quem ganhou do vigário local no xadrez, numa tenebrosa noite de procissão dos penitentes. A narrativa se alterna com passagens das muitas vezes amargas Confissões de Barata. Alma rabugenta mas irrequieta, curioso por profissão, o velho jornalista termina se deixando arrastar para a investigação de uma intrigante matança de cavalos nos arredores. Entra pelo sertão, com Moisés, no encalço da menina Maria Rita, que escapou da chacina e pode ter a chave do enigma.