Diante do contexto atual em que a infância é considerada como fase da vida distinta da vida adulta e como tal merece cuidados especiais, e a imaginação é presença reconhecidamente marcante no pensamento infantil, como a escola se comporta? Será que continuamos distantes entre o que opera o discurso e o que opera de fato a prática pedagógica escolar? Será que a escola está preocupada em formar pessoas pensantes de fato, e capazes de expandir a imaginação, estabelecendo assim uma relação ampla e profunda entre pensamento, linguagem e imaginário? Desde 1992 que percorremos caminhos direcionados à investigação da leitura, da prática desta em contexto escolar. Com essas pesquisas, financiadas pela UERN, conforme Pontes (1998), chegamos à conclusão de que muito ainda deve e pode ser feito no contexto escolar em torno da leitura e da formação do leitor, e a receptividade dos contos de fadas, das obras literárias infantis trabalhadas, fizeram-nos perceber que um trabalho mais direcionado a essas leituras faz-se necessário para que o nosso aluno possa, em contato com os diversos textos literários, tornar-se um leitor de literatura. Nasceu então a nossa preocupação em fazer surgir uma pesquisa para que comprovasse, o valor da leitura de literatura infantil, principalmente da leitura dos contos e do contexto maravilhoso e fantástico da obra literária e sua relação direta com a formação do leitor. Pois é, leitor(a), é disso que trataremos neste livro: elementos que nos possibilitem perceber até onde a escola, ao formar leitores, tem se preocupado com os elementos fantásticos e maravilhosos da literatura de potencial recepção infantil.