As máximas de que "o mundo mudou", de que "a escola está em crise" ou IIde que "as crianças não aprendem" já não dão mais conta (se é que um dia o fizeram) de nos fornecer ferramentas e argumentos necessários para pensar a cultura escolar em nosso tempo. Paralelamente a isso, estamos diante de novas lutas sociais, ligadas à construção das novas configurações culturais por meio das quais os sujeitos, a escola, a educação são hoje produzidos. Por muito tempo, o campo dos Estudos Culturais esteve (e ainda está) comprometido com a realização de leituras e análises transdisciplinares acerca das tênues alianças entre cultura, economia e poder. Quando vinculado à educação, o desafio nos pareceu (e nos parece) ser deslindar os fios que ligam tais temáticas (e tais alianças) à forma como a escola e os sujeitos escolares se veem aí implicados. Passados cerca de 15 anos desde que se vem apostando na produtividade da articulação empreendida entre a educação e esse campo tão diverso e disperso dos Estudos Culturais, cabe, portanto, empreender-se uma reflexão acurada e extensa acerca das exigências, das restrições, bem como acerca das novas possibilidades que esse inegavelmente importante encontro tem suscitado. Os textos aqui reunidos configuram uma tentativa importante de pesquisadores do campo dos Estudos Culturais no sentido de construção de um movimento de autorreflexão e questionamento sobre as práticas teórico-metodológicas (e, consequentemente, políticas) que nos sustentam.