Este livro reúne reflexões e análises sobre os teóricos de economia e administração. O prefácio - escrito por Federico Mayor Zaragoza, ex-diretor geral da Unesco - aponta o livro como capaz de construir uma "ponte" entre o campo da economia e o da gestão, afirmando, com propriedade: Audaciosamente, e com grande competência, o professor Aktouf nos propõe uma releitura da economia-administração através de um fio condutor cuja originalidade é igualada apenas pela exigência e pela profundidade intelectuais: um fio que vai de Aristóteles à mecânica quântica e à termodinâmica passando por...Karl Marx!" O autor nos conduz à análise e ao questionamento dos pilares do pensamento econômico e administrativo, demonstrando a insustentabilidade do modelo econômico baseado na "financeirização" exacerbada da economia. Entre os primeiros capítulos, surge talvez a provocação maior aos estudiosos dessas áreas, quando faz uma "história herética do pensamento econômico dominante, ou de como se passou de Aristóteles a Michael Porter". Aktouf analisa a "traição crematística" decorrente do mau uso do conceito de economia, concentra seu texto em valores humanistas em relação a gestão, redescobre a íntima relação entre a economia e "seu braço armado, a gestão", desenvolve e contrapõe os conceitos de "empregado-recurso" e "empregado-parceiro" e tece um novo olhar para as críticas de Karl Marx e introduz um capítulo provocativo sobre as leis da termodinâmica e sua aplicabilidade para a gestão. Não obstante a crítica ao pensamento econômico dominante e à prática da gestão ao estilo americano dominar a obra, com copiosos exemplos da inadequação de certos pressupostos, o autor espera lançar as sementes para uma visão sobre economia e gestão, que seja mais próxima das origens do pensamento econômico, propondo-se a uma "humanização" das organizações e a um desmantelamento de uma "ordem" que preconiza o subdesenvolvimento e o relativo empobrecimento dos países do terceiro mundo, idéias que se fazem particularmente presentes nos capítulos finais. O subtítulo da obra questiona os pressupostos de gurus da economia e da administração que insistem que o equilíbrio socioeconômico é possível através da reprodução das anomalias do sistema. Incoerente? Tanto quanto a estratégia do avestruz, de enfiar a cabeça na terra e fingir que não há perigo ao redor!