O desenvolvimento do livro se baseia na tensão entre mutação e tradição que envolve grande parte da cultura contemporânea; tal processo tem nas culturas indígenas um valor ainda maior pelos muitos elementos cognitivos e emotivos que entram em jogo e que podem surgir como um parâmetro para a leitura não só de uma aldeia com poucos habitantes perdida no Mato Grosso, mas para algumas questões de vital importância sobre a globalização. Massimo Canevacci assume um posicionamento metodológico desejante sobre os Bororos - cultura indígena brasileira do estado do - cruzando o funeral bororo com uma tessitura amorosa que atravessa e vivifica as tradicionais fronteiras do livro, uma composição de diversas escrituras além de imagens sensíveis às emoções. Este livro afirma a urgência de incluir muitas populações indígenas como parte constitutiva (constitucional) de um processo "pós-colonial" ainda em curso que afirme a sua autonomia política, cultural e comunicacional.