Kaváfis é sempre provocativo, porque fala do que permaneceu marginal à história. O poeta grego produz tipos excêntricos às vezes fantasmagóricos, às vezes cínicos, e a ironia nasce justamente da consciência que eles têm do não lugar que ocupam. É no comportamento incomum dessas figuras, em cenários multiculturais, que o leitor fixará sua atenção. Isso graças à tradução de Trajano Vieira, que preserva o estilo alexandrino do original e a requintada caracterização dos personagens.