Ainda que substancialmente diferente de s-u-t-u-r-a (2020), sua estréia como autor publicado, Gabriel Mação nos entrega mais uma tentativa de experimentar a poesia sob outras métricas. De forma mais contida do que em seu antecessor, os treze poemas que compõem Se agarrar ao amor que de sol a pino é sombra nos lembra que um livro de poesia também é um exercício de reinvenção: de si, de imensas histórias concentradas em versos curtos e de tudo o que parece pretender-se sólido e imutável, como o amor e o medo. Nas páginas deste livro, como gaivota parada / no poste da ponte ou mariposa estática em sua leveza, observamos uma história de amor e medo acontecer sob o sol fluminense. A história que Gabriel hoje nos apresenta é sim sobre a sutileza da linha imaginária que existe entre os dois sentimentos, mas, ao narrar sobre o amor, o autor nos aponta um caminho onde é possível escolher dançar lá fora entre [rosas, deuses, serpentes, anjos e medusas], vencendo o medo do que há lá fora (...)