As propagandas que mostram o curso tomado pela globalização como um ato da natureza que se impõe sem discussões a toda a humanidade parecem ter incluído até a lembrança das lições sociais tiradas da experiência de duas guerras mundiais. A fé na infalibilidade dos mercados substituiu a vontade de fazer com que houvesse um pouco de justiça na produção e na repartição das riquezas em escala mundial, condenando ao empobrecimento, à migração, à exclusão ou à violência a imensa multidão de perdedores da nova ordem econômica mundial. A falência atual desse sistema incita ao aparecimento da obra normativa do fim da guerra, que a dogmática ultraliberal esforçou-se em fazer desaparecer. Este livro convida a se retomarem as relações com o espírito da Declaração de Filadélfia, de 1944, para dissipar a ilusão do Mercado Total e traçar os novos caminhos da Justiça Social.