Livro-reportagem de Rodrigo Alvarez conta os dramáticos dias seguintes à tragédia que causou cerca de 300 mil mortes no país mais pobre das Américas Na tarde de 12 de janeiro de 2010, o jornalista Rodrigo Alvarez, correspondente da TV Globo em Nova York, se preparava para viajar ao Alasca, onde faria uma reportagem sobre o primeiro nascer do sol de uma cidade onde a escuridão da noite se estendera por 60 dias. Relatos vagos acerca de um abalo sísmico no Caribe, porém, começaram a pipocar na redação da emissora. E fizeram o repórter escapar do gélido projeto inicial para mergulhar direto no inferno. Já na manhã seguinte, rumava para o Haiti, com a missão de trabalhar na cobertura jornalística do maior desastre humanitário deste início de século. No livro Haiti, Depois do Inferno (Editora Globo), Rodrigo Alvarez traz o relato de quem acompanhou de perto os dias de dor e caos subsequentes ao terremoto de sete graus na escala Richter que, em questão de segundos, devastou a já precária infraestrutura do país mais pobre do continente americano. Com epicentro próximo à capital, Porto Príncipe, o abalo sísmico produziu imagens que horrorizaram o mundo, como a de milhares de corpos abandonados nas ruas sendo recolhidos por empilhadeiras e depositados em valas comuns. Ao longo de 12 dias, Alvarez viveu o desafio de produzir e enviar os relatos diários da catástrofe. A movimentação frenética no aeroporto, com a chegada da ajuda militar e humanitária enviada por todo o mundo, os trabalhos de resgate de sobreviventes em meio aos escombros, o drama do desabastecimento de água e comida, os exemplos de solidariedade e mobilização popular, as dificuldades de fazer jornalismo num país com infraestrutura de comunicação arrasada, tudo é narrado neste livro sob o ponto de vista de quem passou quase duas semanas no olho do furacão.