Filomena da Cabula não aguenta mais ser empregada doméstica e passar humilhação. O patrão desdenhava de sua vontade de aprender a ler e escrever. Por isso, ela pede as contas e segue seu desejo: ter um canto pra morar e um negocinho só seu.Uma barraca pra vender quinquilharias, a condução lotada e demorada e seu quarto e cozinha. Essa é a vida nova de dona Filó, que é movida pelo sonho de aprender a ler e escrever. Nos sonhos, ela realiza seu desejo visceral e a urgência de fazer poesia e criar uma história. Na escrita, constrói outra história para si e para seus familiares. Para Filomena, só lhe resta a liberdade vivida nessa redação imaginária, que pontua seu cotidiano.Dona Filomena da Cabula, mulher negra do povo, dona do sonho e do direito de aprender, é a protagonista desta peça teatral de Allan da Rosa. Com este texto, o autor ganhou o II Prêmio Nacional de Dramaturgia Negra Ruth de Souza.