Em Mentch: a arte de criar um homem, Paulo Blank explora a fundo os desvãos da memória para criar uma obra de rara intensidade, espécie de romance de formação que apresenta a infância do narrador, um menino judeu criado pela mãe e pela avó, imigrantes polonesas que vieram morar no Rio de Janeiro às vésperas da Segunda Guerra. Nas ruas do Rio do início da segunda metade do século xx, mais especificamente na Rua de Sant’Anna e seus arredores, em torno da Praça xi, o menino começa a traçar uma cartografia íntima bem específica, mapeando seu território de acordo com o que a vida lhe oferece, deparando-se com diferentes culturas e visões de mundo ao mesmo tempo em que procura manter acesos os valores culturais e religiosos de sua identidade judaica.