O livro "Uma vez normalista, sempre normalista" trata da cultura escolar e produção de um habitus pedagógico na educação em Santa Catarina, através de um amplo estudo da autora Gladys Mary Ghizoni Teive sobre a Escola Normal Catarinense no período de 1911 a 1935. Foi uma transformação coordenada pelo educador Orestes Guimarães que marcou definitiva e profundamente os rumos de todo o processo educacional. Essa mudança, que teve início nas primeiras décadas século passado, para que se tenha uma idéia do que representou através de um exemplo concreto, pode ser percebida pela nova atitude que se impôs. Melhor que um professor explicar com palavras às crianças o que era uma escada, era muito mais eficaz mostrar-lhes a que havia no pátio da escola, e em torno desta simples experiência organizar múltiplas atividades de linguagem, geometria, cálculo, etc. E por extensão as coisas que não eram possíveis serem mostradas, poderiam ser representadas por imagens. Desta forma tão simples nasceram as "lições das coisas" como prática e o ensino intuitivo como teoria. Atualmente, tantas décadas passadas, ocultadas sobre as confusas exigências do currículo, jazem as enormes potencialidades da criança esperando a mão do professor atento que a eleve à alegria da atividade escolar. Isto é o que a autora Gladys nos mostra neste livro através do estudo da cultura escolar da Escola Normal Catarinense na vigência da Reforma Orestes Guimarães, tão pouco conhecida, apesar de sua fundamental importância na formação da identidade catarinense.