A originalidade deste livro reside na etnografia pioneira da única usina nuclear existente no Brasil na época, e na construção de uma antropologia do trabalho em situação de risco. Dentre os estudos sociológicos e antropológicos sobre comunidades de trabalho, este se destaca por tratar de uma situação de caso-limite, em que o risco e o perigo constituem-se num pano de fundo sempre presente, condicionando a vida social local. Na sua preocupação com a análise da cultura do risco específica desse grupo, a autora fez um sensível trabalho de observação direta, tanto no interior da usina, quanto em suas vilas, onde moram seus trabalhadores.