Do mesmo modo que os habitantes da cidade Leônia, segundo Ítalo Calvino, vivemos a era do consumismo e da produção exacerbada de lixo. O problema do excesso de dejetos provenientes do consumo desenfreado, bulímico, resultou na emergência dos catadores de materiais recicláveis, sujeitos que, supostamente, têm seu consumo orientado apenas para as necessidades básicas de sobrevivência, considerando que os ganhos conquistados no trabalho de catação são escassos. Entretanto, os catadores estariam imunes a essa febre consumidora? O que significa consumir para esse grupo? Será que ocorre uma relação entre as suas práticas de consumo e o trabalho realizado de catação de materiais recicláveis? Um trabalho, supostamente, desvalorizado socialmente? Os leitores descobrirão nesta obra que há um enorme equívoco na concepção de que o consumo dos catadores é estritamente direcionado às necessidades básicas de sobrevivência.