O albatroz azul, de João Ubaldo Ribeiro, apresenta a história de um velho que, apesar de detentor da sabedoria trazida por todos os seus anos de existência, ainda busca apreender algum sentido na vida. Tertuliano sabe que sua morte está próxima e a encara com a mesma serenidade com que vê qualquer outro acontecimento natural. Chega mesmo a ansiar por ela, como um momento de justiça, recompensa pelos males sofridos e, de certa forma, renascimento. O que lhe acontece só é revelado no final, mas não dissipa os mistérios da narrativa: nem a vida nem a morte têm explicação ou, se têm, jamais estará a nosso alcance conhecê-la.