Quando cheguei da Itália ao Brasil, em 1960, como jovem jesuíta, não me lembro de ter ouvido falar de -Anchieta. Desde então, só tive notícias dele pelos livros escolares. Quando o Papa João Paulo II, em 2008, o proclamou “Bem-aventurado”, cresceu meu interesse por esse “companheiro de Jesus”, principalmente porque ao longo dos 55 anos vividos no Brasil estive quase sempre envolvido com a educação. No início de 2014, quando o Papa Francisco anunciou que Anchieta seria declarado santo da Igreja, decidi me aprofundar no estudo sobre a vida desse “companheiro jesuíta”. Descobri um tesouro escondido e me entusiasmei por essa figura de missionário popular. As publicações sobre ele por ocasião do quarto centenário do nascimento me pareciam restritas a um público letrado, quase se esquecendo do povo simples, que sempre guardou dele a imagem de taumaturgo, isto é, daquele que realizava prodígios pela intercessão diante de Deus. Espero ter alcançado o objetivo de apresentar alguns de seus escritos mais significativos para dar a conhecer sua personalidade religiosa. Suas próprias palavras me parecem exaltá-lo e justiçam a veneração que o povo do Brasil sempre lhe devotou. Padre Ilário Govoni, SJ