O tenente D’Hubert recebe do seu superior a incumbência de dar voz de prisão ao tenente Feraud, que havia ferido um civil de uma família influente naquela manhã de 1801. Sentindo-se ofendido, Feraud desafia D’Hubert para um duelo. E o duelo daquele dia em 1801 é o primeiro de uma série duelos entre os dois oficiais, que ocorrem nos dezesseis anos seguintes, tendo como fundo as Guerras Napoleônicas, nas quais, por vezes, combatem lado a lado. Sem que ninguém saiba a razão da questão de honra, o duelo prolongado assume uma aura mítica no Exército francês. São homens bastante dessemelhantes cujas vidas se tornam interdependentes. D´Hubert é alto, magro, elegante nas maneiras, de origem social elevada. Feraud é baixo, forte, um homem de origem humilde e rude no tratar. E se acontece de D’Hubert se esquecer do seu antagonista, em momentos de cansaço ou de leveza pós-guerra, a imagem de D’ Hubert assombra Feraud a todo momento deixando-o em fúria. Nesta pequena obra-prima, inspirada em uma notícia de jornal, Joseph Conrad constrói uma narrativa que vasculha os sentimentos mais genuínos de dois soldados que podem levar à desesperança e à esperança, e encontra um poderoso senso de humanidade.