Diplomata, romancista e cineasta, Edgard Telles Ribeiro é dono de uma escrita elegante, irônica e profundamente sagaz. Em Branco como o arco-íris, o que é aparentemente banal e sem importância encerra quase sempre a chave para quadros mais amplos e complexos. Um publicitário e escritor de meia-idade está na iminência de escrever o terceiro livro. Diante da possibilidade de ter um tumor cerebral, começa a passar em revista suas recordações mais antigas, os afetos familiares e os fantasmas amorosos de todas as mulheres que amou - desde as tímidas aventuras de voyeur, na adolescência, até um brevíssimo affaire num quarto de hotel em Paris, às vésperas de retornar ao Brasil. O narrador recupera, por meio da escrita, fragmentos de imagens, pequenos diálogos, fotogramas da infância soterrados ao longo das várias cidades em que morou, compondo um texto sinuoso e envolvente, que se lê com um sentimento de funda cumplicidade.