Em torno de livros e da biblioteca surgem assuntos variados, criando uma sorte de enredo. Conversas de dois Josés. Histórias de família, de idiomas aprendidos, do início de uma coleção, dos dons para negociar do menino ainda sem dinheiro, do avanço da biblioteca quando já empresário. José Mindlin dispara a comprar mais raridades. O acaso sempre fazendo das suas. Com naturalidade o leitor vai conhecer seus ideais humanitários, posições políticas, a admiração por escritores, as viagens internacionais, sobretudo a primeira, que trouxe ao Brasil o navio Almirante Saldanha. Há um fio narrativo que atua como um voo rasante pela vida, na qual Mindlin se compromete com interesses coletivos, com a luta por igualdade e justiça, a tolerância, a não aceitação do primado do mercado sobre o indivíduo. Dele herdamos a lição de responsabilidade social, da fugacidade dos bens materiais, da injusta concentração de renda e propriedade.