LITERATURA, COMUNIDADE, CULTURA E ALTERIDADE - A PROSA DA GERAÇÃO DE 30 é um ensaio maior que contém vários outros ensaios. A obra forma um todo rizomático composto por cinco capítulos, que representam, em larga escala, a prosa da Geração de 30 ou do 2º. Modernismo, tratando a cultura como processo humano de criação e recriação das formas de viver, englobando padrões de comportamento, visões de mundo, elaborações de símbolos, crenças e hábitos. Estas ações permeiam os ensaios desde a linguagem e seus rizomas até as miríades da inovação popular e da luta de classes. Além disso, nesta tessitura dialógica polifônica se inscreve a autoria quádrupla das diversas vozes existentes em cada um dos autores. Isso faz com que tudo fique mais evidente, sem, no entanto, ter a pretensão de uma verdade, mas com estilo inspirado no entre-lugar em que as tradições brasileiras se inscrevem no tempo, mas também se reinventam e se renovam em suas expressões populares. Tais particularidades foram pinçadas do Nordeste e de sua literatura menor, não no sentido pejorativo, mas sim no positivado, em consonância com o conceito deleuze-guattariano da expressão. Eis os autores e as obras literárias escolhidas para fundamentar os ensaios deste livro: José Américo de Almeida e seu A bagaceira, tão importante para discussão da gênese e da importância dessa fase modernista; Raquel de Queiroz e sua obra de estreia, O quinze, além de seu texto dramatúrgico A beata Maria do Egito; Graciliano Ramos e Vidas secas; e um trajeto crítico-historiográfico pelas obras de Jorge Amado.