...o fenômeno poético não é unívoco (e entre a escritura e a leitura reinventa-se, ao menos, o mundo, se não mesmo o cria). Educação, aqui circunscrita ao domínio poético, faz-se inteligível, quando compreendida, pelas lições que o poema tanto veicula quanto dessas resulta. Flagramos, com efeito, um duplo movimento nesta presumida educação: de um lado, o poeta aprende, através do signo, a traduzir a realidade, com a qual ele diversamente se conecta; de outro, o poeta ensina, através do signo, a mimetizar sua própria linguagem com os atributos de que este se reveste.