Rui Nunes, implicitamente, mostra que a literatura é uma coisa ignóbil se ignora ou dissimula o mal e a morte; e que ela não pode emergir senão da sua própria crise. Mas se quisermos perceber melhor como a escrita de Barro parece confrontar o leitor com a falha, a ausência, a fuga e a dissolução, talvez tenhamos que fazer apelo a um conceito de Blanchot: o de "désoeuvrement". Desfazer a obra, fazer com que a literatura surja como o que não poderá jamais fazer uma obra, é neste livro um facto e uma exigência.» António Guerreiro, suplemento Atual do Expresso de 12 de Maio de 2012...