Nesta obra os autores tiveram como objetivo verificar as representações sociais de pedagogos(as) sobre indisciplina escolar. A investigação dessa temática é importante pelo fato de a escola ainda estar carente de reflexões e práticas acerca do problema da indisciplina. Além disso, os professores se deparam frequentemente com situações que envolvem embates sobre indisciplina escolar, o que requer a necessidade de lidar adequadamente com tais situações. Para dar conta deste desafio, os autores utilizaram como base teórico-metodológica a Teoria das Representações Sociais. Realizaram ainda uma revisão teórica sobre a história da formação do pedagogo considerando alguns aspectos legais que determinaram o processo de formação desse profissional no Brasil, bem como buscaram resgatar o conceito de indisciplina no contexto escolar. Os resultados da pesquisa demonstram que as representações sociais das pedagogas sobre indisciplina no Ensino Médio estão centradas na figura do aluno, o qual é descrito como indisciplinado quando se recusa a desenvolver atividades e/ou que comete agressões físicas e verbais. Constataram ainda a frequente responsabilização da família pelo problema, juntamente com outros setores, o que revela uma desresponsabilização da função da escola em participar do processo educativo de seus alunos. Os autores concluíram que a indisciplina escolar é um problema multicausal, não podendo ser reduzido a um ou outro fator ou conceito, mas sim a um conjunto de fatores que podem gerar, ou evitar, momentos de indisciplina. Observaram também, que as práticas escolares estão carentes de fundamentação teórica sobre o conceito de indisciplina, o que acarreta em problemas ou ações ineficazes no momento em que alguma medida precisa ser tomada por parte dos professores.