O livro faz um estudo dos cenários das exposições de arte, questiona a idéia de espaço expositivo ideal e aponta para as novas arquiteturas desses espaços. As exposições, em sua feição silenciosa, se traduzem em uma prática do discurso da experiência artística. E podem ser mais bem entendidas mediante a compreensão de seu espaço, cuja conceituação está relacionada às propostas artísticas e, como essas, vincula-se às transformações sociais em seus aspectos políticos e econômicos. Na relação dessas esferas, três momentos históricos da produção artística, comparados, apontam para a dissolução da idéia de espaço expositivo ideal, pondo em xeque o conceito do cubo branco e assemelhando o lugar expositivo à caixa preta teatral: as vanguardas do início do século, as experiências dos anos 50 aos 70 e as tendências contemporâneas. A repercussão do que foi feito na expografia do século XX sobre as concepções expositivas - da sua estética à sua estetização - serviu para abalar a crença de que seu espaço deve ser passivo na leitura do que é exposto (por vezes eclipsando as obras) e tornar seu contexto fonte de pesquisas artísticas e históricas da arte.