A proliferação de imagens a destinatários íntimos ou anônimos é uma forma extremamente popular em nossos dias para nos fazermos presentes no mundo. Nossas ações, nossas silhuetas, nosso corpo, nossa capacidade de seduzir, nossas mensagens ao outro, tudo isso precisa cada vez mais se instrumentalizar de imagens para atingir o reconhecimento do outro. O universo anterior constituído pelo exercício empático da interioridade, sustentada pela imaginação e pela vida sentimental, perdeu seu estatuto de hegemonia no laço social contemporâneo. Hoje é preciso fazer o outro ver. É necessário impeli-lo a participar das cenas de nossas vidas ratificando a existência de cada uma delas através da doação de seu olhar.