Uma das últimas e mais relevantes obras de Machado de Assis, Esaú e Jacó é uma ácida crítica ao panorama político-social brasileiro na passagem do império à república, quando, com pequenas alterações de fachada, as elites dominantes conseguem se manter no poder. Para melhor representar a ambiguidade do romance, o autor inova ao inventar um pseudo autor, um autor imaginário que trata a si mesmo como ele, gerando uma nova dimensão do foco narrativo, nem primeira, nem terceira pessoa, afirma o crítico literário Ivan Teixeira. Outros recursos famosos deste texto são a metáfora da troca de tabuletas da confeitaria de Custódio e a referência bíblica aos gêmeos que dão título ao livro.