O Valete de Espada, escrito na década de 1940, durante os anos em que Gerardo Mello Mourão, passou nas prisões do Estado Novo, ficou doze anos inédito e desconhecido, não fosse sua esposa ter enviado os originais clandestinamente ao Diário de Notícias, em 1955. O romance desde então é considerado pela crítica brasileira um dos mais importantes da literatura nacional. Pois trata com uma linguagem de alta voltagem poética e densidade simbólica, o fato de o homem estar inapelavemente perdido sobre a terra, já que distraído de si mesmo e de Deus. A personagem Gonçalo Falcão de Val-de-Cães faz uma verdadeira viagem aos infernos, tão intrigante como a de Homero, Dante e de toda uma elevada linhagem literária. Belo e tenso, não à toa O Valete de Espada foi vertido para inúmeras línguas e seu autor indicado ao Nobel de Literatura. A Coleção Letra de Bolso apresenta um livro desafiador, que exporá seus leitores diante da dramática condição de ser, do mundo, do tempo.