O poema gira Liguem o Atari, o Playmobil. Andem de skate, saiam em um rolê de pixo pelas quebradas, folheiem os mangás. Escrevam um poema para apresentar na escola. A mãe adormece assistindo à Hebe, e os guris fazem a festa; mas a mãe também é serial-killer (e o pai é drag-queen). Deixem escapar um pum poético, fumem um fininho enrolado em uma folha do Novo Testamento e girem girem girem até tudo ficar Jiraiya. Assim é este livro de poemas do escritor Andri Carvão: torvelinho de ideias, de imagens, de palavras, cacos do caos, como um aprendiz de feiticeiro zapeando as TVs e as vidas. Imagens de Becket em um caixa eletrônico, de um poeta que pede esmola aos mendigos, de um paciente Hesse numa fila de mercado. Tudo ao mesmo tempo aqui e agora, nebulosas & buracos negros. As imagens e palavras se sucedem vertiginosamente como os duzentos cartuchos de jogos, como a Barbie de mil-e-uma fantasias (não poderia faltar nestes tempos esquisitos a Barbie fascistinha), como os (...)